segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tiradentes Esquartejado

Fonte: Blog Sétima Aula

Cem anos antes da Proclamação da República, Tiradentes, junto com outros “inconfidentes”, realizaram a primeira tentativa de emancipar alguns estados do Brasil e levar o país à condição de República. Sua morte e esquartejamento, no ano de 1792, foram retratados por Pedro Américo no século seguinte (1893), como propaganda dos ideais republicanos. Tiradentes, comparado a Cristo no quadro, tentou levar a salvação a um país que sofria nas mãos da coroa portuguesa. Lembrando que Tiradentes, em ocasião de sua morte, estava sem barba e com a cabeça raspada.


Na imagem que segue, podemos verificar, de forma destacada, a referência à bandeira do Brasil e o crucifixo ao lado da cabeça de Tiradentes.



sábado, 17 de dezembro de 2011

Vídeo #01 - "Uma revista é um iPad que não funciona"

Uma criança de 1 ano de idade preocupa-se com a eficiência de seu dedo quando não obtém sucesso ao tentar passar as folhas de uma revista da mesma forma que muda a tela de um iPad. Ao fim do filme, o responsável pela garotinha escreve: "Para a minha filha de 1 ano, uma revista é um iPad que não funciona. Ela vai sustentar isso por toda a sua vida. Steve Jobs codificou uma parte de seu sistema operacional".

Confira o vídeo:

Campanhas Contos de Fadas #01

Uma grande quantidade de marcas já apropriou-se do tema Conto de Fadas para desenvolver campanhas publicitárias. As referências geralmente são às princesas, personagens femininos que são recriados em uma versão moderna para "defender" um produto.

Em 2005, o Boticário, empresa de cosmético, surgiu com uma campanha, produzida pela agência AlmapBBDO, que trazia como protagonistas uma misteriosa Branca de Neve, uma confiante Chapeuzinho Vermelho, uma Cinderela independente de varinhas, e uma sedutora princesa das histórias de cavaleiros. As imagens, que remetem a histórias conhecidas do imaginário popular desde a infância, tem o contexto distorcido para relacionar as personagens à marca publicizada. Confira algumas das artes (clique para ampliar):

 "A história sempre se repete. Todo Chapeuzinho Vermelho que se preze, um belo dia, coloca o Lobo Mau na coleira"

"Era uma vez uma garota branca como a neve, que causava muita inveja não por ter conhecido sete anões, mas vários morenos de 1,80"

Texto da versão para revista: “Gabriela vivia sonhando com seu príncipe encantado. Mas, depois que e la passou a usar O Boticário, foram os príncipes que perderam o sono”.

Texto da versão para revista:  “Um belo dia, uma linda donzela usou O Boticário. Depois disso, o dragão que ela tanto temia ficou mansinho, mansinho e nunca mais saiu de perto dela”.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

UFRN firma parceria com Secretaria de Educação para Projeto de Extensão Análise de Imagens

Esta manhã (15), no Departamento de Comunicação, foi firmado acordo científico entre a UFRN e a Secretaria de Educação da cidade do Natal. Trata-se do curso de extensão Análise de Imagens, que será ministrado no próximo ano, nas dependências do CCHLA.

 A proposta, que corrobora para a formação dos professores municipais, objetiva expor análises de textos imagéticos e, sobretudo, apresentar a leitura de imagens como possibilidade de atividade complementar na prática destes professores. Neste sentido, serão analisados filmes, comerciais de televisão, pinturas, postais e anúncios apresentados em jornais e revistas. O curso terá 40 horas de duração.

De acordo com o professor Gleydson José Bento Lima, representante da Secretaria e colaborador do projeto, este primeiro curso será destinado para professores de História e Geografia.  O Projeto de Extensão é coordenado pela professora Lilian Muneiro, do Departamento de Comunicação Social (Decom), e contará com a colaboração de nove alunos do curso de Comunicação Social, das habilitações de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, que já integram o projeto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Fama para todos

(CARTA CAPITAL MARÇO 2007) POR ANA. P. SOUZA

Varridas as cinzas carnavalescas, é de se perguntar: por que somos obrigados a saber quem é Luciana Gimenez, rainha da bateria? Por que já ouvimos falar em Preta Gil? E por que, mal saem de cena os famosos que piruetaram em camarotes, trombamos com o par romântico do Big Brother em sites e jornais?
O jornalista Sergio Augusto, lâmina sempre afiada, matou a charada há tempos, ao ver atores globais numa Bienal do Livro. “No antigo Egito, havia pragas terríveis, como ratos e gafanhotos; nós temos as celebridades televisivas. Convidadas, indistintamente, para tudo, até para eventos onde em princípio deveriam se sentir mais deslocadas do que um vegetariano numa churrascaria ou o papa num bacanal, não perdem uma boca-livre, são pragas onipresentes”, escreveu em Assim Rasteja a Humanidade, um dos textos reunidos no livro Penas do Ofício (Agir, 310 págs., R$ 34,90), lançado este ano. A filósofa Olgária Matos, da Universidade de São Paulo, também se viu às voltas com esse gênero humano ao selecionar os ensaios que comporiam Discretas Esperanças (Nova Alexandria, 208 págs., R$ 34). “A sociedade do espetáculo é a da visibilidade total. Em decorrência do vazio espiritual da sociedade contemporânea, coisas sem nenhuma relevância tomam um espaço enorme. O que é a fama? Na verdade, é a infâmia”, arremata, ao tratar da “escalada da insignificância”.
A celebridade, no dizer de Emily Dickinson, é a “punição do mérito e o castigo do talento”. E sua expansão inquieta, sobretudo, porque atinge até mesmo quem quer manter ouvidos tapados e olhos vendados diante do desfile de ninguéns. Salvo um eremita que viva na caverna de uma reserva ecológica, não há brasileiro que desconheça Daniella Cicarelli e Cia. Surge então a inevitável pergunta: o que fez Daniella para que todos a conheçam?

“A celebritite não tem queda de volume. Ao contrário, é cada vez maior”, atesta Sergio Augusto, que, na coluna que mantém no jornal O Estado de S. Paulo, cunhou o termo “celebritylândia”. Para ele, a mídia é a maior responsável pela “jeca vassalagem” a celebridades.

“Por que a imprensa não pára com isso, por que não diz: ‘Essas pessoas não têm a menor importância, nós é que as valorizamos à exaustão? Deixa essa gente circular em revistas tipo Contigo! Quem e Caras e vamos falar de gente mais séria, vamos valorizar quem, de fato, faz alguma coisa importante.’ Mas o que se vê é justamente o inverso. Jornais ‘sérios’ sucumbiram a isso. São todos vassalos da indústria cultural, que ganha muito dinheiro com as tais celebridades”, observa Augusto.

Espiando algumas notícias da Quarta-Feira de Cinzas, o jornalista listou fatos fundamentais para os destinos da humanidade. “Deparei com a guerra de lingeries travada entre Ivete Sangalo, Alinne Rosa, Claudia Leitte e Preta Gil, no carnaval de Salvador e soube que ‘Ivete pôs o Gianecchini para rebolar’. A pauta é incrível. Quem é Tatiana Pagung, uma pessoa ou uma bunda? O que faz ela no resto do ano? Carla Perez e Kelly Key ressurgiram das sombras e para lá devem voltar, com Márcia Imperator, outra que, quando alcançar a idade da Fernanda Montenegro, há muito terá deixado de ser uma celebridade. Não foi só a mediocridade que venceu. A cafajestice, também.”

Nesse cozido de irrelevâncias, convém voltar à origem de certos termos que borbulham no caldeirão das celebridades. Fama é o principal deles. A origem da fama, no Ocidente, é a Guerra de Tróia. Aqueles heróis exemplares, na definição de Olgária Matos, eram homens que, por um gesto heróico, se tornavam eternos e, assim, driblavam o esquecimento que a morte acarreta.

“A glória está ligada ao mundo ancestral, guerreiro, que possui toda uma expressão de valores presentes na Ilíada e na Odisséia. A primeira forma do heroísmo e da fama no Ocidente é se tornar digno de ser cantado pelos aedos e rapsodos e, por algum gesto que o tenha destacado do comum dos mortais, não desaparecer do mundo.”

O conceito de fama hoje em voga remonta às décadas de 50 e 60 do século XX. Até a aparição da chamada cultura pop, havia, para além do heroísmo, as figuras ilustres, sempre ligadas a alguma atividade. “Era o grande político, o grande intelectual, o grande artista. Você ainda tinha a idéia do grande. E grandes são aqueles sem os quais o mundo seria incompleto”, esclarece Olgária. Imagine, portanto, o que seria do mundo sem Luciana Gimenez, Adriane Galisteu e Kleber Bamban, ex-Big Brother, digno de menções pelos feitos do último carnaval.

“Essas pessoas que emergem por alguns segundos não permanecem. O problema dessa banalização é que tudo acaba se equivalendo, você não tem mais critério”, diz Olgária. O desejo de sair do anonimato, mesmo que por uma razão deletéria, explica a sujeição a cenas vexaminosas em reality shows como Big Brother ou, ainda mais, no já extinto No Limite. “Aí se mistura a busca pela fama com a busca pela recompensa material. O grande ideal do mundo contemporâneo é uma palavra de ordem vazia: ganhar dinheiro.”

Uma vez que os cifrões caem apenas nos bolsos dos famosos, há de se encontrar outras razões que expliquem o fascínio que essas pessoas exercem sobre parte da sociedade. Voyeurismo, sempre houve. Mas o que faz com que o vídeo em que Cicarelli e o namorado na praia tenha sido um dos mais vistos no mundo?

“O voyeurismo do Big Brother ou o da Cicarelli no YouTube é só o grotesco. Eu saio da banalidade da minha vida e vou ver a banalidade da vida do outro. Querer viver por transferência faz parte de um processo de perda do significado das coisas e de incapacidade de imaginação. É a incapacidade de imaginar a própria vida”, analisa Olgária.

Quando a imaginação desvanece e os sonhos passam a ser construídos pelas imagens que a mídia fornece, o homem se esvazia, sem se dar conta disso. A tevê, com modelos acabados de famílias e vidas, é pródiga nisso. “Quando pensamos no papel que vem sendo exercido pela televisão, vemos que há um genocídio cultural no Brasil. Quando você se identifica com Adriane Galisteu... é complicado. E, em geral, quanto menos educação tem uma pessoa, mais sujeita a essas influências ela está.”

É fato que telenovelas e modelos midiáticos existem mundo afora. O problema, alerta Olgária, é quando esse passa a ser o padrão de organização da sociedade. “Pensar a democracia no Brasil requer refletir, em particular, acerca da esfera pública cultural”, escreve ela em Discretas Esperanças.

Não se trata de condenar a cultura de massa porque ela é de massa. Preocupante é que todas as produções culturais passem a ser impregnadas pelos valores da mídia e da indústria do entretenimento e só exista isso como horizonte cultural “Quando tudo se transforma em divertimento e isso invade também os terrenos que não deveriam ser do divertimento, como a educação, aí você tem verdadeiras catástrofes”, diz Olgária.

Dilui-se assim a formação da sensibilidade, do gosto e do pensamento. Não por acaso, nesse mar de imagens, gentes e fatos irrelevantes, desaparece no horizonte a prática da leitura, como anota Olgária. “Vivemos num mundo em que tudo conspira contra a leitura, que é lenta, concentrada. Ela contraria a aceleração do tempo das mídias, da fama curta, ela é a longo prazo. A educação está invadida pela temporalidade do mercado financeiro,
mas, para você aprender a se sentir solicitado por um texto, você precisa vencer resistências. Ler é um aprendizado, não é um dado imediato: você lê e já gosta.”

Augusto também não adere ao cordão “ler, como coçar, é só começar”.  O jornalista lembra que não há ser neste mundo que tenha entrado nas trilhas da ficção pelas mãos de William Faulkner. As leituras de qualquer pessoa evoluem “à medida que seu repertório cognitivo consegue se ampliar e se sofisticar”. E, no Brasil, quem tem dinheiro para abrir a carteira numa livraria lê, geralmente, “os best-sellers computados pela Veja”. Quando lê. “A maior parte da humanidade começa lendo chorumelas, toma gosto pelo negócio, e morre lendo chorumelas. Por isso, mas não só por isso, se bem que muito por isso, a humanidade, em vez de caminhar, rasteja”, concluiu no texto de Penas do Ofício.

Se a paciência para a leitura tradicional escasseia, o mesmo não se pode dizer da leitura das pílulas internáuticas, em blogs e sites que existem à farta. É na internet, não por acaso, que se cruzam o desejo pela fama e o voyeurismo tolo. Quando Bruna Surfistinha, a mais famosa “ex-garota de programa” do Brasil, conta sua vida num blog e milhões de pessoas entram nesse blog, não é de espantar que Lucianas, Daniellas e Adrianes ajudem a vender revistas e jornais. 

Sergio Augusto conta que, na Inglaterra, a imprensa dedicada aos “chiques e famosos” está sendo chamada de gutter press. Gutter, acorre o dicionário, significa sarjeta. No Brasil, ela continua sendo vista, apenas, como lucrativa.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Clipes musicais com referências históricas e artísticas

A Logre Production tem adotado a ideia de produzir vídeos que reúnem referências histórica e artísticas com uma pitada de humor. O clipe da música "70 Million", da banda "Hold your horses" é uma das produções recheadas de referências e intertextualidades. O clipe é formado por várias representações de obras de artes famosas, como "A última ceia", de Da Vinci, "O Nascimento de Vênus", de Botticelli, "O Grito", de Edvard Munch, e ainda a contemporânea versão em pop art da atriz Marilyn Monroe, de Andy Warhol.
Confira abaixo o vídeo:


A mesma produtora fez uma versão da música da cantora Madonna, "Material Girl", cantada por Eliza Doolittle. Dessa vez, o clipe faz referência a várias figuras femininas históricas ou mitológicas. Entre elas: Eva, Cleópatra, Sheherazade, Joana D'Arc, Julieta, Frida Kahlo e a própria cantora Madonna. Confira o vídeo abaixo:


Esses vídeos trazem uma nova tendência das produções audiovisuais pós-modernas: a intertextualidade. É exigido mais de quem assiste. Cada vez mais o espectador deixa a passividade para ocupar um espaço de interdenpendência com relação ao produto assistido: o clipe (nesse caso) só será compreendido se o repertório do espectador favorecer esse entendimento.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Curso de Análise de Imagens

Destinado aos futuros professores – estudantes das licenciaturas da UFRN - e também aos docentes das redes municipais e estaduais, o curso de extensão Análise de Imagens tem o objetivo de expor textos imagéticos, apresentar fundamentos relacionados à leitura de imagens estáticas e em movimento como possibilidade de atividade complementar na prática docente, tendo o cotidiano e a comunicação como elementos vinculatórios para realização de uma prática de leitura de imagens atrativa. Serão contemplados textos imagéticos extraídos de diversos contextos midiáticos: televisão, quadrinhos, cinema, filmes publicitários, fotografia e pintura.

O Projeto de Extensão é coordenado pela professora Lilian Muneiro, do Departamento de Comunicação Social (Decom). A docente, que tem doutorado em Comunicação e Semiótica (PUC/SP), conta com a participação de alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, que preparam um CD, destinado aos professores, com imagens analisadas nas reuniões do grupo de pesquisa também denominado Análise de Imagens.
Mais informações podem ser obtidas através do e-mail
leituradeimagensufrn@gmail.com