sábado, 29 de setembro de 2012

Geração Y

Palestra do Marcos Calliari (sócio diretor da Agência Namosca, especializada em comunicação para o público jovem) onde foram apresentadas algumas características dos jovens atuais e as conseqüências delas para suas vidas:


Infográfico e vídeos baseados na pesquisa do Box 1824 sobre a Geração Y, comparando-a as gerações anteriores:


We All Want To Be Young (legendado): http://vimeo.com/16641689

All Work And Play (legendado): http://vimeo.com/44130258

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Indicação de leitura:

A necessidade de refletir sobre as estratégias pedagógicas 
para atender à aprendizagem da Geração Y

Débora Castanha
Maria Bernadete de Castro

Atualmente, o grande desafio para as escolas é como trabalhar com jovens cada vez mais envolvidos com novas tecnologias, bombardeados pelos apelos da mídia, fascinados pela internet e manipulados pelo poder da sociedade de consumo. Esses jovens, que, em sua grande maioria, pertencem à Geração Y, cresceram em um mundo relativamente estável, sob grande influência dos mecanismos tecnológicos. Ganharam autoestima e não se sujeitam a atividades que não fazem sentido a longo prazo. Sabem trabalhar em rede e lidam com autoridades como se elas fossem colegas de turma. Possuem muita informação, mas não têm conseguido transformar essas informações em construções sociais que atendam a outros interesses que não exclusivamente os seus. É enorme o descompasso tanto entre alunos e professores como entre o processo educacional implementado pela maioria das escolas e a efetiva aquisição do conhecimento. Cada vez mais o desinteresse e a falta de envolvimento dos jovens pelos estudos são temas de reuniões pedagógicas e de conversas entre professores. É compreensível que os educadores estejam emocionalmente desgastados e desanimados, pois nos últimos tempos vêm empreendendo verdadeiras batalhas para obter a atenção dos alunos nas aulas. Precisamos rever as estratégias de ensino e repensar a atuação do professor. É necessário e urgente estabelecer um elo entre alunos e professores para que a aprendizagem possa de fato acontecer.

Artigo completo aqui.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O esquema de distribuição da Globo


FONTE: http://democracianamidia.blogspot.com.br/2012/07/o-esquema-de-distribuicao-da-globo-me.html?spref=fb


O esquema de distribuição da Globo me deixou enojado, disse o ator Caio Blat


Victor Zacharias

O ator Caio Blat esteve em Suzano em um evento promovido pela prefeitura durante o qual participou de uma roda de conversa com a juventude e contou um pouco da sua trajetória de vida, a experiência no teatro, cinema e televisão.

Sua premiada carreira começou precocemente, primeiro fez comerciais de publicidade aos 8 anos, depois atuou em novelas, só então chegou ao teatro. Quanto aos estudos, preferiu fazer faculdade de direito ao invés de artes cênicas, pois a intenção era a de ampliar sua cultura e conhecimento. Entrou na USP, mas não concluiu o curso.

Cinema não chega aos pobres
Quando foi fazer o filme Bróder morou por um tempo no bairro de Capão Redondo em São Paulo, foi lá que percebeu que o cinema não chega até as pessoas da periferia, o público que atinge é restrito, o motivo a seu ver é porque não existem salas disponíveis nestes lugares, o ingresso é caro e o filme brasileiro fica uma semana em cartaz e sai para dar lugar aos filmes da indústria americana.

Esquema para fazer sucesso
Ele foi produtor de seus últimos filmes, por isso descobriu qual era o esquema da distribuição, e Caio indignado disse "é uma coisa que me deixou enojado, me deixou horrorizado".

"No cinema a distribuição é predatória, ainda é um monopólio", disse Caio, "são pouquíssimas empresas distribuidoras e o que elas fazem é absolutamente cruel, elas sugam os filmes, não fazem crescer, sugam para elas, são grandes corporações".

Ele disse, "ia ao Vídeo Show, no programa do Serginho Groisman e outros. Achava que era um processo natural de divulgação, foi quando descobri que estas coisas são pagas. Quando vou ao programa  do Jô fazer uma entrevista isso é considerado merchandising, não é jornalismo".

A Globo faz estas ações de merchandising, inclusive em novelas, e fatura para a Globo Filmes. Comenta Caio, "Ela cobra dela mesma". Ele notou que este é uma espécie de "kit" para que o filme aconteça e seja exibido em dezenas de salas em todo o Brasil. Se por acaso os produtores não aceitarem esta imposição, a Globo não levará ao ar nada do filme em nenhum de seus veículos, nem no eletrônico, nem no impresso,  Caio completa, "Se não fechar com a Globo Filmes, seu filme morreu"

No contrato de distribuição, Caio detalha, fica estabelecido que o primeiro dinheiro a entrar da bilheteria do filme é para pagar a Globo Filmes, "É um adiantamento que estamos fazendo. Olha o que eles estão dizendo! Adiantamento fez quem realizou o filme, investiu muito antes". Ele pergunta, "O que a Globo faz? Quanto ela gastou para fazer este "investimento"? Nada. O programa deles tem que acontecer todos os dias, eles precisam de gente para ser entrevistada, finaliza sobre este tema.

Jornalismo que é propaganda disfarçada
Sem contar o lado ético, que no capitalismo é apenas retórica, chega-se a primeira conclusão que tudo que é exibido na televisão, uma concessão pública, é propaganda, ora em formato de comercial, ora como merchandising, isto é, dentro do programa e até em estilo jornalístico. Outra conclusão é que a TV gera lucro em outros negócios para seus concessionários que nada tem a ver com a atividade fim da concessão.

Lei limita propaganda
Nas leis, que completam 50 anos, de números 52.795/63, art.67 e 88.067/63, art.1, art 28, 12, D, está escrito o seguinte: Limitar ao máximo de 25% (vinte e cinco por cento) do horário da sua programação diária o tempo destinado à publicidade comercial. Pelo visto, ela claramente não é cumprida na programação que vai ao ar.
Existem também canais que passam promoção de vendas o tempo, neste caso, além da lei citada, também deixam de cumprir o princípio constitucional : Art. 221 - A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:  I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Tudo leva a crer que estas questões são graves o suficiente para suspensão das outorgas das emissoras infratoras.

Por isso, e por muitas outras coisas, é preciso que este tema da democracia da mídia seja discutido no país e o Marco Regulatório da Comunicação, após ampla consulta pública, encaminhado o mais rapidamente ao Congresso, sem o qual a Liberdade de Expressão com diversidade e pluralidade continuará seriamente prejudicada.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Algumas imagens para análise











Artigo - A mídia brasileira e o imaginário do feio


A MIDIA BRASILEIRA E O IMAGINÁRIO DO FEIO

Gustavo de Castro
Verônica Brandão

Este artigo orientou-se pelas táticas e estratégias presentes no pensamento

complexo e visou reunir simultaneamente vestígios do imaginário nacional, a história

da mídia no Brasil e as teorias sobre o feio. A reunião de vestígios em arquivos

objetivados da mídia e as teorias (do imaginário, da comunicação e da estética)

costuram o que pretendemos como recorte teórico-metodológico. Trabalhamos a partir

de exemplos aleatórios colhidos nos arquivos dos programas televisivos, matérias

jornalísticas da revista O Cruzeiro, visualizações do Youtube e postagens do Facebook,

assim como do arquivo de pesquisa do Laboratório de Narrativas e do Grupo de Estudos

e Pesquisa em Comunicações Estéticas – Com Versações, da FAC/UnB. A partir daí

buscamos reunir elementos para a construção do imaginário do feio nacional e o diálogo

feio-belo na mídia brasileira.

Artigo completo aqui

Artigo - JN alta performance


JN alta performance

Lilian Muneiro
Ariadna Straliotto
Merilyn Escobar de Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
Bom Jesus/Ielusc, Joinville, SC.

RESUMO

A edição de primeiro de janeiro de 2011 do Jornal Nacional foi considerada histórica
por dois grandes motivos: a celebração do novo ano e, principalmente, pela posse de
Dilma Rousseff à presidência do Brasil. Nesse sentido, o telejornal explorou, em
consonância ao projeto editorial adotado, o ingresso da primeira mulher ao cargo
político mais expressivo e disputado do País, a despedida do ex-presidente Luis Inácio
Lula da Silva - e, ao mesmo tempo, a própria mecânica do jornalismo em realizar seu
trabalho, em cobrir o fato político. Este artigo tem sua investigação centrada na
narratividade apresentada pelo jornal, diante da tentativa de (re)contar ao telespectador
como foi a posse de Dilma. Para além disso lança um olhar sobre a abordagem da
performance jornalística, anunciada pelo próprio telejornal em torno da presença dos
profissionais da televisão e do envolvimento de equipes para que tal cobertura pudesse
ser realizada e propalada de modo exitoso.

PALAVRAS-CHAVE: jornalismo; televisão; narratividade; Jornal Nacional.

Artigo completo aqui 


terça-feira, 5 de junho de 2012

Os sintomas de uma sociedade do olhar

Por José Isaías Venera em 14/02/2012 na edição 681



A décima segunda edição do Big Brother Brasil nos força a pensar no olhar como sintoma do telespectador. Como se o objeto observado (a cena) devolvesse o olhar e mostrasse que ele é apenas uma metonímia (apenas outra forma) que expressa o próprio desejo do telespectador. O desejo (cujo conteúdo é da ordem do inconsciente) que permanece no sujeito como sintoma de um vazio. Numa simples explicação, desejamos justamente aquilo que nos falta, mas de cujo “verdadeiro” objeto que queremos não temos consciência. Nesse movimento impossível para alcançar uma plena satisfação, vamos ao longo da história nos transformando cada vez mais numa sociedade escópica. E o programa da Rede Globo seria apenas mais uma das expressões dessa sociedade, sendo que encontraríamos movimento semelhante quando consumimos telejornais, filmes, videoclipes.
Nesse espaço entre o sujeito e o objeto, ou entre o telespectador e o BBB12, há um olhar preexistente. Esse é talvez o pensamento de Merlau-Ponty em O visível e o invisível, no sentido de que o visível depende do olho daquele que vê, mas há um ser imaginário por trás do olhar. As personagens do BBB12 desempenham papéis semelhantes aos das onze edições já realizadas, mas a repetição ganha repercussão na mídia como se fosse algo novo mobilizando o desejo dos telespectadores (o que pode ser observado nos sucessivos recordes de ligações nos dias de eliminação). Mas isso não explica nada. Ora, o que mobiliza o sujeito a ver o BBB12 não é a mera curiosidade, vontade em entreter-se, nem o endereçamento midiático, mas a presença de um outro, da cena em que se vê vendo-se (há sempre algo no objeto que ao ser percebido mostra algo de mim).
O objeto remexendo o espectador?
Na mesma esteira está o psicanalista francês Jacques Lacan, para quem o objeto percebido devolve o olhar. Podemos entender melhor a partir das investigações do esloveno Slavoj Zizek em Lacrimae Rerum, quando analisa os filmes de Hitchcock e apresenta o terceiro olhar (olhar ausente), expresso pelas cenas em que personagens têm a impressão de que há alguém observando eles mesmos, como nos filmes Janela indiscreta e Um corpo que cai.
Seria esse olhar ausente (na teoria do cinema integraria às câmeras objetiva e subjetiva) que sustentaria, nessa análise, esse olhar devolvido e que funciona como um objeto imaginário com a função de tamponar uma falta do sujeito. Qual falta? Do objeto perdido (para a psicanálise está relacionado com a castração simbólica) que, ao mesmo tempo, é responsável por um vazio que nunca pode ser preenchido. Esse vazio mobiliza nosso desejo (o que faz funcionar os objetos fetiche), mas também desenvolve nossos fantasmas, nossos sintomas, como o olhar ausente nos filmes de Hitchcock, cujo sentido ganha uma expressão fantasmagórica.
Para Lacan, no Seminário 11, “o quadro está certamente no meu olho. Mas eu, eu estou no quadro”.Não seria essa alteridade do sujeito nas coordenadas do campo de visão que mobiliza o desejo. O sujeito (espectador), ao assistir ao BBB12, vê-se no outro (o que mobiliza seu desejo em olhar é o sentido, o sentido que se atribui ao programa que está, antes, no próprio espectador). A suspeita de abuso sexual no BBB12, que mobilizou a mídia de todo o país, não seria o próprio objeto remexendo o espectador?
O olhar de Fernando Pessoa
No senso comum, os reality shows são, muitas vezes, entendidos como programas de voyeurismo. Mas o que deseja o olhar do voyeur? Um olhar que está no limite entre ver e ser descoberto. Quando o voyeur é percebido, passa a ser olhado como um objeto pervertido. Assim não há voyeurismo nos reality shows, mas não há dúvida de que em ambos casos trata-se sempre do desejo de recuperar o objeto perdido, que para Lacan pertence ao registro do real, daquilo que nunca pode ser simbolizado. O telespectador pode até chegar a ter consciência dessa trama e perceber que sempre está assistindo mais do mesmo (como se o neurótico ficasse saturado na sua própria repetição) e, muito provavelmente, ele continuará no seu movimento porque a cena, ou o objeto, são apenas um semblante do que ele realmente busca. É assim que funciona a cadeia de significantes: o sujeito desliza de um significante para outro, de uma imagem para outra, acreditando que encontrará algo que o satisfaça por completo, mas seu gozo está mesmo é nesse incessante movimento.
Os participantes do programa também não estão preocupados com as câmeras captando cada um dos seus movimentos, mas sim, com esse olhar ausente (que neste caso passa a ter um duplo movimento). Nesta situação, somos nós, telespectadores, que nos posicionamos na condição de “objeto a”, objeto de desejo dos participantes.
Talvez quem primeiro tenha descrito esse movimento do olhar tenha sido Fernando Pessoa: “De quem é o olhar/ Que espreita por meus olhos?/ Quando penso que vejo,/ Quem continua vendo/ Enquanto estou pensando?/ Por que caminhos seguem,/ Não os meus tristes passos,/ Mas a realidade/ De eu ter passos comigo?”

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sobre propaganda, manipulação e cinema: “O Triunfo da Vontade”, de Leni Riefenstahl




A ideologia nazista pode não ter saído vitoriosa da Segunda Grande Guerra, mas, indubitavelmente, fez o possível para ganhar todas as batalhas no universo da cinematografia. Durante os doze anos do regime nazista alemão (1933-1945), o cinema foi o setor cultural/entretenimento que mais recebeu investimentos, tendo sido usado não apenas com a boa vontade de inserir a nova arte do contexto da sociedade alemã, mas como ferramenta ativa de batalha ideológica e manipulação. Foram cerca de mil trezentos e cinquenta longas-metragens que, de alguma forma, sutil ou descaradamente, exaltavam o nazismo, endeusavam o líder Hitler, ou pintavam americanos, comunistas e judeus como os grandes vilãos da humanidade, através de uma técnica cinematográfica exageradamente maniqueísta.

Grande parte das películas produzidas tratava-se do gênero ficção, embora nutrissem o intuito de fazer o público acreditar que seus contextos tinham embasamentos verídicos e atuais. Contudo, alguns filmes tratavam-se de situações que, de fato, aconteceram, enquadrando-se no gênero “documentário”. “O Triunfo da Vontade” (Triumph des Willens, 1935) é um filme alemão dirigido pela cineasta Leni Riefenstahl. O filme foi lançado em março de 1935, e é de um registro cinematográfico do 6º Congresso do Partido Nazista, ocorrido na cidade de Norumberg em 1934.

Embora, por uma questão de vergonha nacional, o filme tenha sido banido na Alemanha, assim como sua ideologia representada ainda seja criticada e tida como desrespeitosa aos realizadores da Sétima Arte, tanto a obra quanto a sua diretora hoje são reconhecidas como de peso no contexto cinematográfico, sendo pioneiras em várias técnicas e, sobretudo, no cinema de propaganda. Os nazistas foram, indiscutivelmente, percussores no que seria uma ferramenta utilizada com cada vez mais recorrência até os dias atuais.

Desde o início do filme, a figura do Füher (líder) Adolf Hitler é apresentada (por que não dizer “vendida”?) como o “salvador”. Uma espécie de “messias” que traria segurança, paz, liberdade, e recuperaria o espírito de autoestima e nacionalidade daquele povo. Hitler, em sua autobiografia Minha Luta (Mein Kampf), já provava ser um mestre na arte da manipulação quando propõe que a propaganda deve apelar para a emoção das pessoas, sendo elaborada de forma a levar em conta os diferentes limites de assimilação, compreensão e memória. Segundo ele, toda propaganda deveria ser elaborada levando em conta pouquíssimos pontos, repetidos de forma incansável, até que todos os espectadores fossem capazes de assimilar a mensagem. Tal mensagem, contudo, deveria “atingir o coração” das massas, de forma a representar seus sentimentos. A imagem deveria prevalecer sobre a explicação e a sensibilidade sobre o racional. É exatamente isso que vemos em “O Triunfo da Vontade”.

Símbolos nazistas, como a suástica e a águia, são abordados visualmente de forma frequente, porém sutil, como mais uma estratégia para embutir a ideologia ao público. O número de pessoas presentes no congresso, recorrentemente filmadas através de câmera aérea, incita a ideia de popularidade de Hitler. Ao mesmo tempo, a diretora também recorre para cenas em close, enfatizando as expressões das pessoas em ocasião do contato com o Füher, o que nos leva a perceber a sua imagem como “adorado”.

O filme também tem a intenção de captar rapazes dispostos a lutar ao lado da juventude hitlerista. Os jovens e alegres soldados são constantemente apresentados, ressaltando a ideia de companheirismo e fraternidade. Trata-se de um exército que trabalha feliz, unido e honrado em prol do seu país.

A trilha sonora também é de importância fundamental para o sucesso do filme. Trata-se de uma importante ferramenta para o estímulo emocional da trama, contribuindo para intensificar o conteúdo dramático e reforçar o que era apresentado pelas imagens e discursos. Frequentemente, a música é casada com imagens da cidade permeada por bandeiras da suástica, dando a entender que aquele local está “protegido” pela presença do Partido Nazista.

As técnicas cinematográficas utilizadas por Leni Riefenstahl encabeçaram o poderio de manipulação da película. Dentre elas, cita-se a opção pelo não uso de offs, ou seja, não há uma narração do Congresso por trás das imagens. O documentário é gravado em terceira pessoa, sem que transpareça que o personagem sabe que está sendo filmado. Isso dá a impressão de maior credibilidade às imagens e alcança mais facilmente o intuito de Hitler: atingir a emoção do público.

O líder nazista, bem como seus demais companheiros, é filmado em primeiro plano e close na quase totalidade das cenas, enfatizando suas expressões e aumentando a percepção de pessoalidade e intimidade. Para apresentar Hitler, sobretudo em seus discursos, Leni também faz uso do ângulo contra plongée (de baixo para cima), que, em fotografia, transmite a ideia de superioridade e sucesso.

A estética e os apelos dignos de mestre em uma arte ainda em processo de aceitação, como era o cinema dos anos 30, fazem de “O Triunfo da Vontade” o mais importante filme de propaganda nazista da história e o enquadram em várias listas como obrigatório para qualquer um que deseje compreender mais sobre a história do cinema e, também, do regime liderado por Hitler. Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha Nazista, afirmou que “No instante em que a propaganda se torna consciente, ela é ineficaz”. Ora, e quem de nós condenaria Hitler ou seu regime apenas ao assistir a obra de arte manipulativa que é “O Triunfo da Vontade”? Muitos, sem qualquer embasamento teórico-histórico sobre o momento em que a Alemanha e o mundo viviam, poderiam até mesmo concordar e aderir aos conceitos proferidos pelo partido nazista, personificado na figura imponente e messiânica de Adolf Hitler.

Texto por Andressa Vieira

Bibliografia consultada:
PEREIRA, Wagner Pinheiro. O triunfo do Reich de Mil Anos: cinema e propaganda política na Alemanha nazista (1933-1945). In: CAPELATO, M. H.; MORETTIN, E.; NAPOLITANO, M.; SALIBA, E. T. História e cinema: dimensões históricas do audiovisual. 2 ed. São Paulo: Alameda, 2011


Baixe AQUI o slide da apresentação sobre o texto e o filme "O Triunfo da Vontade"

"A Queda - As últimas horas de Hitler" (Der Untergang) e seu uso em sala de aula


O filme alemão "A Queda", do diretor Oliver Hirschbiegel, narra especialmente os últimos dias da vida de Hitler: de 20 de abril de 1945, data de seu 56º aniversário, até 30 de abril de 1945, dia de sua morte. Por se tratar da vida de uma figura de extrema importância histórica e geopolítica, é notória a escolha do filme para ser mostrado em sala de aula (em especial, nas das de disciplinas como história e geografia). Claro, é evidente existirem inúmeros outros filmes sobre a temática que podem ser utilizados pelos professores, no entanto, a escolha daquele como exemplo é proposital, por possuir vários detalhes que podem gerar diversas outras discussões que não estão diretamente relacionadas às disciplinas em questão, mas que são interessantes para a exposição em sala de aula, dentro da moderna proposta didática de intertextualidade entre os diversos campos de conhecimento. 

Em primeiro lugar, não se deve deixar de lado o fato do filme não ser estadunidense, não estar inserido no circuito hollywoodiano e, apesar disso, ter tido grande destaque no mundo inteiro. O filme alemão concorreu ao Oscar -mais conhecido prêmio do Cinema - na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e ganhou diversos outros prêmios pela excelente atuação do ator Bruno Ganz na  interpretação do personagem Hitler.

Atuação merecidíssima de prêmios, diga-se de passagem. O ator suíço é extremamente convincente e é, portanto, um dos principais elementos que tornam o filme tão magnetizante.  Além da semelhança física, o ator incorpora os gestos, entonações e jeito tão peculiares do ditador alemão e que, como era de se esperar, foram fruto de muito estudo de personagem, levando o ator a estudar o sotaque da região onde o Führer nasceu e conhecer pessoas que possuem a Doença de Parkinson, que Hitler portava.

Outro fator que contribui para o sucesso do filme é a trilha sonora quase inexistente, transformando a película - associada às excelentes atuações, além dos cenários e figurinos bastante fieis ao período histórico - em uma obra quase documental.

Não impedindo, todavia, de instigar discussões. A polêmica dá-se, em especial, pelo modo humanizado com o qual o ditador é retratado e que, apesar de toda sua maldade e psicopatia, ainda reservava tempo para fazer carinho no seu cachorro ou mesmo mostrar empatia para com algumas pessoas próximas, como sua futura esposa Eva Braun e com Goebbels, ministro da Propaganda do regime nazista. Alguns podem tender a analisar o filme como uma tentativa de amenizar o lado maligno do Führer, entretanto, a narrativa não se resume a isso, por expor sua forma agressiva de lidar com seus subordinados e mostrar, em contraposição às passagens do filme que ocorre dentro do bunker, o caos no qual, do lado de fora, a Alemanha se encontrava. Mostrar Hitler como um personagem que, por ser humano, tem as mais diversas nuances, apenas reforça o aspecto da peça de arte, que é o filme, tentar ser fiel à visão que aqueles que produziram o filme tem da realidade.
         
   E é exatamente esse livrar-se de preconceitos e tentar enxergar as pessoas e situações dos mais diversos pontos de vista – sem, todavia, perder o bom senso ou ficar cego mesmo (e devido) com tantas informações – que a apresentação de um filme como “A Queda” torna-se extremamente interessante para os alunos e professores.
            
 A sala de aula, seja ela das escolas ou nas universidades, não pode e não deve tornar-se um bunker (instalação fortificada da arquitetura militar), mas sim, ser um espaço democrático voltado para o diálogo e transmissão de conhecimentos e valores, cujos professores não são ditadores.

Texto por Raquel Assunção 

Apresentação no Prezi: http://prezi.com/opbvmmtfjmu8/copy-of-a-queda-as-ultimas-horas-de-hitler/?res_nr=3&sis=1813798866

Persona 50 por cento



“Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria”. Pensando nessa impactante frase do sociólogo polonês Zygmunt Bauman e fazendo uma reflexão a cerca das relações sociais na contemporaneidade é que nós, cinco alunas do curso de Publicidade, conceituamos e produzimos o vídeo “Persona 50 por cento”. A escolha do título se deu por ser “persona” um termo do Teatro, referente à máscara, além de ser empregado na Psicologia no que diz respeito as personalidades. De fato, vivemos num mundo de máscaras. “50 por cento”, por sua vez, devido a impressão de vivermos numa espécie de incompletude, de falta, de vazio. 

Então, nosso principal intuito foi o de, com os recursos audiovisuais que tínhamos a nossa disposição, transmitir a angústia e a monotonia da vida na sociedade dos consumidores em que vivemos. As imagens em preto-e-branco, as longas tomadas, o – no início – contínuo barulho de relógio e a escolha de uma música instrumental que vai, com o decorrer do curta-metragem, aumentando seu ritmo, dão àqueles que assistem ao vídeo uma verdadeira sensação de incômodo e ansiedade, que nada mais são que reflexos da acelerada vida atual. Nela, o cotidiano passa a ser uma mera repetição de movimentos automatizados, tais quais escovar os dentes, comer e trabalhar (para ganhar dinheiro e encher a casa de móveis e apetrechos que muitas vezes nem chegamos a usufruir). No fim das contas, somos mesmo mercadorias.

Texto por: Raquel Assunção
Vídeo produzido por Állika Lira, Lia Almeida, Raquel Assunção, Raquel Pires e Vitória Real para a disciplina "Publicidade e Cidadania" da turma de 2011.1 do curso de Comunicação Social - Publicidade & Propaganda da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Campanhas de Contos de Fadas #02

Outra campanha que se utilizou da temática dos contos de fada para ser publicizada foi a da Melissa, conhecida marca de calçados para mulheres, tendo como público alvo pré-adolescentes e adolescentes.

Nas publicidades, as protagonistas calçam sapatos Melissa e exibem-se em situação de superioridade, sedução e alegria. As cores escolhidas para a composição do cenário dinamizam a cena e corroboram para a imagem que a Melissa já sustenta, de juventude e alegria.

A campanha é de 2008, e a empresa que assina é a BorghiErh/Lowe.





quinta-feira, 1 de março de 2012

Curta animado "Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore"

"Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore" é um curta animado produzido em 201, dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg e vencedor do Oscar 2012 na categoria Melhor Curta de Animação. O curta é poético, lírico e mudo, assim como "O Artista", vencedor na categoria "Melhor Filme", a animação americana com jeito de europeia presta uma homenagem aos livros e encanta mesmo os que não amantes nem de Literatura e nem de Cinema. Segue abaixo: